Dando sequência ao I Seminário Integrado da FURG: a vida acadêmica em tempos de pandemia, nessa quinta- feira, 11 de novembro, houve pelo turno da tarde, a conversa sobre Participação, democracia e assédio.

O objetivo da mesa foi realizar um debater sobre participação efetiva da comunidade e democracia e suas ferramentas, além de refletir sobre as relações entre as múltiplas formas de desigualdade e suas violações, especialmente o assédio, com a ausência ou participação democrática.

Dentre os pontos debatidos pelos participantes destaca-se a participação efetiva dos estudantes nos processos democráticos e representativos da Universidade. É necessário que os espaços de representação sejam realmente equânimes e realmente transformadores.

“Participação é conversa, diálogo, sermos ouvidos, termos nossas demandas acolhidas e não apenas tornar a informação acessível. Um por exemplo, a universidade coloca um aviso no site e acha que isso é participação. Isto pode ser informação, mas não participação”, afirmou Fabiane Pacheco, representante da Associação de Pós-Graduação – APG, quando traz a discussão sobre os processos participativos promovidos pela Universidade.

Estudante de Graduação no curso de Agroecologia, no campus de São Lourenco, o estudante Juruah complementa que os processos hierárquicos que fazem parte da instituição são e estão distantes da realidade. “Há muitos espaços de diálogo, mas e as mudanças quando vem? Desses encontros que temos, o que é feito com isso? Como estudante eu faço essa pergunta”, salientou.

A partir do debate alguns outros elementos foram discutidos como por exemplo: quais limites entre assédio e violência, pois essas duas ações estão próximas e conectadas e não podem ser avaliadas isoladamente; quantos professores pretos e pretas tem a universidade?; a universidade é um espaço plural e democrático?. Perguntas e questões que precisam ser feitas e refletidas pela FURG.

A jornalista Lara Nasi, trouxe a questão da universidade ter sido uma espaço e por vezes ainda é, de privilégios, mas salienta que houve avanços importantes nos últimos tempo, porém ainda há muitas transformações a serem feitas. “Que democracia é que estamos fazendo? Temos um vazio de sentido nesse tempo, dessa palavra? Qual o sentido da participação? Essas perguntas temos que fazer e entender para responde-las. A universidade sempre foi um espaço da elite, da burguesia, e hoje avançamos, mas temos quanto tempo ainda para mudar?”, salientou.

“O assedio tem que ser combatido em todas as esferas e não podemos nos calar quando estivermos sofrendo, temos que procurar os espaços para isso, tanto juridicamente quanto administrativamente, por exemplo aqui na FURG temos um movimento junto à  APTAFURG para combater esses assédios, com grupos de discussão, cartilhas entre outros”, afirmou o técnico Edi Júnior sobre os processos de assédio moral que enfrenta dentro da Universidade.

Dando sequencia ao seminário aconteceu no turno da noite a mesa Retorno presencial ou híbrido e segurança sanitária, que teve como objetivo discutir sobre como as tecnologias digitais impactam os processos de ensino-aprendizagem, além de debater a importância do trabalho docente e que esse não é substituído pelas tecnologias. O debate sobre o tema teve grande repercussão pois ideias de que a volta ao retorno presencial já foi afetada pelas vivências de todos e todas durante a pandemia e que as tecnologias não substituirão o docente, porém elas terão um papel fundamental no processo de ensino.