No último dia 05 de junho, por meio de um áudio vazado de uma reunião com diretores/as escolares do município de Rio Grande, no sul do litoral rio-grandense, o secretário municipal de educação, Henrique Bernadelli, destilou todo o seu preconceito e discriminação contra os/as estudantes com deficiência de sua cidade. O gestor educacional do município, que deveria minimamente guardar respeito ao processo de inclusão que amplia e assegura o direito à educação a todos/as os/as estudantes das redes de ensino regular em nosso país, perdeu as credenciais mínimas para continuar no exercício do cargo que ocupa.

Seria de fundamental importância para o conjunto da sociedade que o prefeito Fábio Branco se posicionasse quanto à aberração cometida por seu subordinado. Referir-se aos/às estudantes com deficiência como problema, ou propor a alteração da legislação atual que garante a inclusão desse segmento, representa um ataque a um grupo que pode compor quase um quarto de toda a população brasileira. O IBGE indica que teríamos no Brasil perto de 45 milhões de pessoas com algum grau de deficiência. Se a população em idade escolar de Rio Grande reproduzir os indicadores da população geral do país, a proposta do secretário Bernadelli excluiria das salas de aula de sua cidade 1 de cada 4 crianças.

É estarrecedor o Brasil ainda ter gestores educacionais que, sem pudor algum, sustentam uma fala com esse conteúdo. Os/as educadores/as de todo o país repudiam a fala desse secretário e exigem uma posição do atual prefeito de Rio Grande. É fundamental, da mesma forma, que a sociedade do município sul-rio-grandense se manifeste de forma veemente contra a fala desse cidadão. A educação do município, definitivamente, está totalmente desamparada e os gestores devem ser responsabilizados. Além de não cumprirem com a Lei do Piso, mantendo a remuneração dos/as professores/as abaixo do valor estipulado pela legislação federal, a gestão municipal ainda mantém como secretário um sujeito que se manifesta de forma tão vil.

Brasília, 06 de junho de 2023 Direção Executiva da CNTE