Aconteceu no último fim de semana de setembro, no auditório do Centro de Engenharias da Universidade de Brasília (UnB), o Encontro Nacional contra o Assédio Moral, Sexual e em Defesa da Saúde Mental dos(as) Trabalhadores(as) das Instituições Federais e Estaduais de Educação. O evento reúne dirigentes sindicais, pesquisadores e trabalhadores para discutir estratégias de enfrentamento às violências nas instituições de ensino.

A mesa de abertura contou com as coordenadoras gerais Ivanilda Reis, Loiva Chansis e Rosângela Costa (em substituição a Cristina del Papa) e doa coordenadores de Políticas Sociais e Gênero, Maristela Cabral e Fernando Borges.

Em sua fala, Loiva Chansis destacou a necessidade de enfrentar o assédio dentro de uma realidade já marcada por opressões. “Devemos vivenciar, refletir e tratar uns aos outros com respeito. Democracia se constrói também no debate, e esse encontro deve nos atualizar e nos fortalecer nesta questão tão séria”, afirmou.

Ivanilda Reis trouxe a perspectiva das mulheres negras no espaço sindical. “É um espaço muito difícil para nós, mas precisamos unificar nossas lutas para garantir um ambiente saudável. Não queremos adoecer por causa da militância. Acreditamos na importância do sindicalismo e vamos sair daqui fortalecidas para dar resposta a essa perversa realidade”, declarou.

Rosângela Costa enfatizou o caráter formativo da atividade: “Nosso papel é recepcionar, ouvir e construir coletivamente. Negras, negros, indígenas e populações historicamente marginalizadas são as que mais sofrem. É com esse compromisso que seguimos lutando pela construção de um país democrático, digno e soberano.”

Na programação da manhã, Olívia Tavares analisou como o assédio moral pode se enraizar na cultura das instituições de ensino, mesmo diante de políticas e cursos de prevenção. “Não é um desvio individual, mas algo tramado na própria cultura institucional, que normaliza práticas de humilhação, discriminação e exclusão”, explicou.

Meyriellem Pereira Valentim, especialista em saúde do trabalhador, apontou que o assédio moral frequentemente se estrutura como prática de gestão. “Expor trabalhadores a situações de humilhação virou, em muitos casos, uma forma de gestão. É tão sutil e perverso que muitas vezes o grupo inteiro naturaliza e concorda”, afirmou.

Meyriellem ainda destacou que práticas de racismo, intolerância religiosa e discriminação de gênero estão diretamente ligadas ao fenômeno. Para ela, a saída é coletiva: “É preciso dar visibilidade, denunciar, e os sindicatos têm papel central nisso.”

Após as apresentações das convidadas, foi aberto espaço para que as pessoas presentes no plenário pudessem tirar dúvidas ou apresentar questões para o debate.
A mesa foi coordenada por Maristela Cabral e Fernando Borges.

A segunda mesa do Encontro Nacional de Políticas Sociais: Contra o Assédio Moral, Sexual e Saúde Mental, na sexta-feira (26), destacou os impactos do assédio nas relações de trabalho e seus reflexos diretos na saúde mental dos servidores.

A mesa foi mediada pela Coordenação de Políticas Sociais e contou com a participação dos palestrantes Bianca Zupirolli e Nelson Aleixo.

Bianca Zupirolli apresentou um panorama sobre os principais sintomas físicos e emocionais que podem evoluir para transtornos mentais. “O assédio é um caminho direto para o adoecimento do(a) trabalhador(a), comprometendo a dignidade do indivíduo e a produtividade das Instituições. Os principais transtornos observados no servidores públicos são burnout, depressão e ansiedade.

É fundamental que os sinais sejam percebidos a tempo”, destacou.
Bianca relatou experiências vividas em sua prática profissional e citou sintomas recorrentes, como alterações de peso, irritabilidade, lapsos de memória, isolamento social e insônia.

Segundo ela, o estresse crônico — silencioso e prolongado — é o mais perigoso e mais difícil de ser percebido. “No serviço público, esse quadro leva muitos trabalhadores a pedirem transferência ou remoção, transformando as Instituições de Ensino em local de passagem para outros concursos, perdendo muitos talentos”, completou.

Nelson Aleixo da Silva Júnior aprofundou a discussão sobre assédio moral, chamando atenção para a naturalização dessa prática. “Muitas vezes começa como uma brincadeira e, quando menos se percebe, já virou prática de humilhação. A imposição de metas impossíveis também é assédio moral, pois destrói a criatividade e gera ansiedade”, afirmou.

Aleixo apresentou ainda dados de pesquisas que associam o assédio moral a sintomas como baixa autoestima, depressão, ideação suicida e até estresse pós-traumático. Para ele, o enfrentamento deve ser coletivo: “O assédio retira do(a) trabalhador(a) não apenas sua tranquilidade, mas também sua honra e dignidade. Trata-se de uma prática cultural que precisa ser enfrentada.”
Após as exposições, o debate foi aberto para as pessoas presentes no encontro.
Nos encaminhamentos finais, Bianca Zupirolli reforçou a importância do acolhimento, da escuta e do acompanhamento psicológico como estratégias para impedir que o servidor permaneça isolado diante do sofrimento.

Saúde mental, assédio moral e desafios no serviço público marcam segunda mesa do Encontro Nacional de Políticas SociaisA segunda mesa do Encontro Nacional de Políticas Sociais: Contra o Assédio Moral, Sexual e em Defesa da Saúde Mental, na sexta-feira (26), destacou os impactos do assédio nas relações de trabalho e seus reflexos diretos na saúde mental dos servidores.

A mesa foi mediada pela Coordenação de Políticas Sociais e contou com a participação dos palestrantes Bianca Zupirolli e Nelson Aleixo.

Bianca Zupirolli apresentou um panorama sobre os principais sintomas físicos e emocionais que podem evoluir para transtornos mentais. “O assédio é um caminho direto para o adoecimento do(a) trabalhador(a), comprometendo a dignidade do indivíduo e a produtividade das Instituições. Os principais transtornos observados no servidores públicos são burnout, depressão e ansiedade.

É fundamental que os sinais sejam percebidos a tempo”, destacou.

Bianca relatou experiências vividas em sua prática profissional e citou sintomas recorrentes, como alterações de peso, irritabilidade, lapsos de memória, isolamento social e insônia.

Segundo ela, o estresse crônico — silencioso e prolongado — é o mais perigoso e mais difícil de ser percebido. “No serviço público, esse quadro leva muitos trabalhadores a pedirem transferência ou remoção, transformando as Instituições de Ensino em local de passagem para outros concursos, perdendo muitos talentos”, completou.

Nelson Aleixo da Silva Júnior aprofundou a discussão sobre assédio moral, chamando atenção para a naturalização dessa prática. “Muitas vezes começa como uma brincadeira e, quando menos se percebe, já virou prática de humilhação. A imposição de metas impossíveis também é assédio moral, pois destrói a criatividade e gera ansiedade”, afirmou.

Aleixo apresentou ainda dados de pesquisas que associam o assédio moral a sintomas como baixa autoestima, depressão, ideação suicida e até estresse pós-traumático. Para ele, o enfrentamento deve ser coletivo: “O assédio retira do(a) trabalhador(a) não apenas sua tranquilidade, mas também sua honra e dignidade. Trata-se de uma prática cultural que precisa ser enfrentada.”
Após as exposições, o debate foi aberto para as pessoas presentes no encontro.
Nos encaminhamentos finais, Bianca Zupirolli reforçou a importância do acolhimento, da escuta e do acompanhamento psicológico como estratégias para impedir que o servidor permaneça isolado diante do sofrimento.

O último dia do Encontro Nacional contra o Assédio Moral e Sexual, realizado no sábado (27), foi marcado por emoção, debates e a apresentação de propostas para o enfrentamento ao assédio nas instituições de ensino.

Na abertura dos trabalhos do dia foi realizada homenagem à memória do ex-dirigente da Federação, Pedro Rosa Cabral, falecido no dia 22 de setembro. O dirigente foi lembrado por sua trajetória dedicada à construção de um movimento sindical autônomo e comprometido com a transformação social.

Na sequência, houve o compartilhamento de experiências e procedimentos pelas entidades presentes, com destaque para os projetos, desafios e perspectivas sobre o enfrentamento ao assédio nas instituições.

A tarde do dia 27, foi dedicada debate sobre Estratégias de combate ao assédio moral e sexual, elementos para construir uma cultura de ambiente organizacional com saúde mental com a participação virtual da psicóloga Kathleen Magina, assessora técnica da liderança do PSOL na Câmara; da advogada Rubia Abs, mestre em Direitos Humanos e coordenadora nacional do CLADEM Brasil; e do advogado da FASUBRA, Cláudio Santos. Os painelistas discutiram temas como legislação e políticas públicas, canais de denúncia e acolhimento, empoderamento e educação contra a cultura do assédio e ações de combate.

No encerramento do encontro, a coordenadora Maristela Cabral apresentou um balanço positivo da atividade, que contou com a presença de 14 entidades e 66 participantes.