Primeiro de maio, o “dia do trabalhador??”. Um dia de comemoração? Evidente que não. Um dia de reflexão sobre o mundo do trabalho. Isto sim. Dizem alguns desavisados (ou agentes ideológicos do capital??!!) que vivemos a sociedade do conhecimento. Ledo “engano”. Engano que namora com a criminosa ideia de que o trabalho não mais é o centro da dinâmica societária do capital.

Criminosa, sim, pois cria a ilusão de que o trabalhador e a trabalhadora ao adquirirem “conhecimento” vão garantir o seu futuro e o futuro dos seus. Sem falarmos de que a “suposta sociedade do conhecimento” torna a exploração do trabalho ilusoriamente superada. Portanto, superada a relação de classe fundamental do modo de produção capitalista (capital e trabalho), teria acabado o martírio para a classe trabalhadora. Fim do trabalho!! Saudemos a tecnologia (conhecimento em estado latente) que vai redimir todas e todos nós.

Lamentamos a má notícia: a luta de classe é cada vez mais intensa e destrutiva. Burgueses versus proletários continua a ocupar o centro da necessidade de uma revolução para a realização da emancipação humana. O fim do trabalho é uma ilusão produzida pelo fenômeno do trabalho “algoritmizado”, o trabalho transferido para o mundo virtual.

Lamentamos novamente outra má notícia: A “algoritmização” do trabalho tornou-se a base sobre a qual o “novo” mundo do trabalho assenta a precarização necessária para ultra exploração do mais-valor. As tecnologias informacionais e comunicacionais, sobretudo, sob a égide da sociedade capitalista, têm demonstrado uma grande capacidade de produção de miséria social à esmagadora maioria da sociedade, de um lado; e de outro lado, uma super acumulação de riqueza, apropriada por menos de 1% da sociedade.

Nos permitam um último lamento: a facilidade de vender ilusão a setores da classe trabalhadora, que as compram acreditando na falsa ideia do paraíso liberal. Dois exemplos: as/os trabalhadora(e)s de aplicativos, ainda que trabalhem de forma precarizada, acreditam que são “empresários”. Salve a ideologia liberal, a grande e verdadeira vitoriosa.

Mais um exemplo, nos permitam acrescentar: a ilusão do denominado “tele-trabalho”. Este vendido de forma criminosa pela “gestão de pessoas” das Instituições Federais de Ensino Superior, produzindo um ataque vil à organização sindical (hoje, da categoria técnica. Amanhã, da categoria docente), por um lado, e por outro, a facilitação para um futuro desemprego de trabalhadoras e trabalhadores da área pública, pela demissão por falta de desempenho (desligamento previsto na Constituição Federal da República Brasileira, em seu artigo 41).  

1º de Maio, dia de reflexão, sem dúvida. Sobretudo, reflexão pela esquerda.